A história dos implantes dentários
Ao longo dos anos as técnicas da Implantologia têm vindo a evoluir permitindo aos pacientes que precisam de substituir dentes, soluções cada vez mais eficazes e confortáveis. Nas ultimas décadas introduziram-se novos materiais e descobriram-se procedimentos tais como o ALL ON 4, que de uma forma simples e indolor permite substituir dentes ausentes com a maior facilidade. Descobriram-se biomateriais totalmente compatíveis com o organismo humano assim como a descoberta do titânio, o principal material utilizado no fabrico dos implantes dentários e que veio revolucionar o mundo da dentária.
Desde à seculos que os implantes dentários são utilizados na tentativa de substituir os dentes naturais. O que a maioria das pessoas desconhece é que desde à milhares de anos que os diferentes povos tentam encontrar materiais e soluções eficazes para substituir as peças dentárias ausentes.
Tabela de Conteúdos
Os povos de antigamente e os implantes dentários
Durante séculos os povos de antigamente tentaram substituir os dentes perdidos porque o estigma da falta de dentes sempre existiu. A origem dos implantes dentários começou com as civilizações gregas, etruscas e egípcias. Já nessa altura utilizavam diferentes materiais tais como o marfim, metal e osso. Alguns desses materiais evoluíram para os implantes dentários que conhecemos hoje. Os egípcios utilizavam também ligaduras de ouro para estabilizar o prejuízo da falta de dentes. Os etruscos preenchiam a ausência de dentes com osso de animais. Os fenícios usavam anéis de metais preciosos para segurar dentes que estavam comprometidos devido a doença periodontal (doença da gengiva que contribui para os dentes se libertarem do osso e dos ligamentos ). Os arqueólogos encontraram restaurações dentárias feitas de pedras preciosas tais como a turquesa e o jade. Estas tentativas de erro e conquista na implantologia de antigamente, contribuíram para os implantes dentários modernos que conhecemos hoje.
A história moderna
Em 1809, Maggido fabricou raízes de ouro que seriam fixas aos dentes artificiais por meio de molas. Estes substitutos de dentes foram inseridos em extrações e não ficavam totalmente submersas no osso tal como acontece com os atuais implantes dentários. Mais tarde em 1887, Harris procedeu a cirurgias de pinos de platina recobertas com chumbo. Em 1995, Bonwell utilizou ouro e tubos de irídio para substituir dentes. O implante de ouro era também introduzido por Greenfield em 1913. Este implante tinha a forma de cesto e era composto de fios de irídio-platina . O sistema foi usado para suportar implantes unitários e próteses fixas parciais até oito elementos.
Utilizaram-se muitos outros materiais tais com diferentes desenhos tais como a porcelana, a safira e o óxido de alumínio. Em 1952, Branemark descobriu o material titânio e com este material bio compatível com o organismo humano estudou vários aspetos que envolvem a funcionalidade, os dados biológicos e os fenómenos fisiológicos. Esta descoberta traduziu-se em um implante comercializado nos dias de hoje após mais de uma década de testes clínicos e intensos estudos.
A importância da ósseo integração
Em 1952, Branemark descobriu o processo que veio revolucionar as técnicas da implantologia. Esse processo denomina-se de ósseo integração e consiste na passagem das células do osso do maxilar ou mandíbula para a superfície do implante de titânio. Esta passagem chama-se de ósseo integração. O implante fica fortemente ancorado no osso e permite suportar as modernas coroas dentárias e próteses fixas sobre implantes. A esta descoberta juntaram-se técnicas de Cad/Cam para fabricar as coroas de zircónio ou metal fundido em porcelana. A técnica permite alta precisão na elaboração das próteses que se colocam no topo dos implantes.
As soluções dos dia de hoje
All on 4 Implantes
A técnica ALL-ON-4 permite a pessoas sem dentes , totalmente desdentadas e com atrofia maxilar severa, ou seja, uma grande perda óssea, serem reabilitadas com 4 implantes sem recorrerem a técnicas de enxertos de osso. O procedimento consiste em inserir dois implantes inclinados até 30% graus na zona posterior onde existe a tal falta de osso e dois implantes no setor anterior. Este procedimento possibilita aparafusar próteses fixas hibridas (feitas de acrílico, as chamadas dentaduras) ou as vulgar coroas de cerâmica ou ponte.
Implante unitário fixo ou múltiplos
Tal como o nome indica é possível inserir um único implante na zona com falta de dente. Nesse implante e após ósseo integração é depois aparafusada ou cimentada uma coroa dentária. Com este procedimento a falta de uma peça dentária é preenchida. Por outro lado é possível colmatar a falta de dois , três ou mais dentes com a inserção de dois ou três ou mais implantes. Utilizam-se pontes e pônticos assentes na gengiva em conjunto com implantes.
Implantes zigomáticos
Esta técnica utiliza-se quando não existe mais nenhuma alternativa para resolver o problema da falta de osso no maxilar superior. Tiram-se radiografias tais como a TAC que fornece imagens a três dimensões. Só o dentista pode aconselhar a inserção de implantes zigomáticos. É feito com anestesia geral e em ambiente hospitalar. Planeia-se a parte protética da reabilitação oral. A técnica consiste essencialmente na introdução de dois implantes no maxilar superior. Estes implantes são ligeiramente mais compridos que os habituais e são fixos no osso zigomático das maças do rosto.
Os benefícios dos implantes dentários
1.Evita a má transformação da estrutura facial:
Os implantes contribuem para preservar o osso maxilar e por conseguinte evitam a deterioração da estrutura da face que com a ausência de peças dentárias tem tendência para encovar. A face com o tratamento fixo fica mais preenchida , harmoniosa e bonita.
3. O sorriso é mais atraente:
Este tratamento de medicina dentária elimina as rugas da face, por outro lado os lábios têm tendência a ficar mais finos devido à deterioração dos maxilares. Com o tratamento a pessoa readquire um sorriso confiante e agradável.
4.Desaparece a dificuldade em triturar alimentos:
Sem falta de dentes e usando o tratamento fixo, desaparece o desconforto das dentaduras que oscilam com a mastigação. O embaraço e o constrangimento são eliminados. A pessoa fica mais confiante e segura porque consegue mastigar os alimentos com facilidade. Os possíveis problemas gastrointestinais causados pelos alimentos duros deixam de existir.
5. Os implantes podem durar uma vida:
Ninguém sabe exatamente quanto tempo duram os implantes dentários mas à casos conhecidos de pessoas que os usam à mais de quarenta anos. A durabilidade dos implantes dentários depende dos cuidados a ter com a sua higiene e as visitas de rotina no dentista. Tal como um automóvel que precisa de manutenção, os implantes também precisam de cuidados periódicos. Se a higiene dentária for regular e se a pessoa não for portadora de doenças sistémicas graves os implantes podem durar uma vida.
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