Durante muito tempo foi atribuído ao pólen de abelha numerosas propriedades que supostamente são boas para a nossa dieta e saúde. Mas quanto há de mito e quanto há de realidade?
É difícil saber concretamente porque não há assim muitos estudos científicos a este respeito, segundo os próprios especialistas de dietética e alimentação.
Não obstante, é inegável do ponto de vista nutritivo que o pólen de abelha tem as suas virtudes.
Tabela de Conteúdos
Um bom suplemento nutritivo
O pólen de abelha é aquilo que as abelhas recolhem das flores e transportam nas suas patas de volta à colmeia para alimentar a colónia.
Os apicultores fazem a sua recolha através de uma pequena armadilha especial situada na entrada da colmeia, e que recolhe o pó das patas quando as abelhas obreiras entram.
Desses grânulos sai o pólen seco que é comercializado como produto para consumo humano, normalmente desidratado.
O pólen é formado por grânulos que contêm as gâmetas ou células reprodutivas masculinas das plantas.
Esse pólen seco é um concentrado do pólen das plantas. Isso faz com que possa conter quantidades significativas de proteínas, vitaminas, minerais e outros nutrientes.
A sua composição exacta varia consoante as plantas de onde vem o pólen. no entanto é sempre bastante nutritivo.
Possuí hidratos de carbono, (20 a 40%) sendo os mais abundantes a glicose e a frutose, lípidos, (1 a 5%) maioritariamente ácido mirístico, linoleico, linolénico, palmítico e oleico. Açúcares redutores, (24 a 26% (e açucares não redutores, (2 a 4%).
Fibras, (3 a 5%) pH 4,7 a 5,2. Sais minerais, (2,5 a 3.5%) como o fósforo, cálcio, magnésio, ferro, cobre, manganésio, zinco, selénio, boro, iodo, cromo, oligominerais, cobalto, níquel, silíco, titânio. As vitaminas antioxidantes (β – caroteno, pró-vitamina A, C e E), Tiamina, riboflavina, nicotinamida, ácido pantoténico, piridoxina, meso-inositol, biotina, ácido fólico, Cianocobalamina, ácido ascórbico, e tocoferol, vitaminas D e do complexo B solúveis em água, corantes, enzimas e coenzimas.
Compostos fenólicos, nomeadamente, flavonóides, carotenóides, terpenos e fitoesteróis. Aminoácidos, como o ácido aspártico, ácido glutâmico, arginina, glicina, histidina, isoleucina, leucina, metionina, fenilalanina, prolina, serina, treonina, triptofano, tirosina e valina. Saia minerais, cálcio, cloro, magnésio, fósforo, ferro e potássio, estão também presentes neste produto natural da colmeia.
Sendo o pólen uma fonte de vitaminas E e P, que mantêm a pele jovem, é reconhecido pelas suas propriedades anti-envelhecimento. Previne o envelhecimento prematuro das células e estimula o crescimento de novos tecidos. Contém ácidos nucleicos que atenuam as rugas e estimulam a irrigação sanguínea a todas as células da pele.
O pólen de abelha é uma excelente fonte de proteínas de origem vegetal, uma vez que contém mais aminoácidos do que os presentes no leite, queijo, carne e ovos.
E como forma de consumo sugerimos adicionar os grânulos de pólen à fruta, aos batidos, iogurtes, cereais ou às saladas.
Ainda assim, a quantidade de pólen que se costuma ingerir é bastante reduzida, pelo que o beneficio final é limitado.
Por outro lado, há especialistas que referem ser possível conseguir tudo o que necessitamos para termos mais saúde com uma dieta variada e equilibrada, sem necessidade de tomar suplementos.
Não há evidências científicas de que o polén de abelha ajude a melhorar a saúde
Apesar de ser bastante nutritivo, não existem estudos científicos que demonstrem que o pólen de abelha pode melhorar a saúde ou curar doenças.
Segundo um artigo da FDA, a agência norte-americana que regula os alimentos e os fármacos, é proibido por lei nos Estados Unidos afirmar que um suplemento alimentar cura ou previne uma doença.
Ainda assim, de uma forma geral não se considera que o seu consumo tenha um efeito negativo para a saúde humana, embora as pessoas com alergias (especialmente alergia ao pólen ou às abelhas) devam ingeri-lo com bastante cuidado e sob supervisão médica, uma vez que o pólen poderá eventualmente desencadear uma reacção alérgica.
Também poderá causar potencialmente alguma interacção com outros medicamentos. Por essa razão, quem estiver a tomar alguma medicação deve consultar um médico antes de começar a tomar suplementos de pólen, e sempre começar com uma dose pequena.
O ideal é garantir que o pólen é procedente de um ambiente livre de contaminação, embora na prática possa ser difícil de o confirmar.
Apesar da falta de evidências científicas que sustentem a sua eficácia, o pólen tem sido usado tradicionalmente para prevenir ou reduzir estados de anemia, de fadiga e constipações, porque é-lhe atribuída uma capacidade energizante.
Também tem sido utilizado devido às suas supostas propriedades anti-inflamatórias para ajudar a tratar doenças na pele como eczema ou psoríase, assim como para reduzir a inflamação em problemas de próstata.
É diferente do extracto de pólen
Alguns produtos às venda dizem que têm extracto de pólen, o que é diferente do pólen de abelha.
O extracto de pólen é obtido pelo homem de plantas específicas, e por isso foi possível produzi-lo estandardizado. Com efeito, é frequente o seu uso em pastilhas aprovadas pela FDA para o tratamento de alergias, como parte de um tratamento de imunoterapia.
Mas a composição do pólen de abelha não se pode estandardizar: varia segundo as plantas de que se alimentam naturalmente as colónias de abelhas.
Nesse sentido, antes de consumir suplementos é recomendável que se informe sobre a procedência do produto. O pólen de abelha absorve a poluição do ambiente, o que pode incluir pesticidas o metais pesados, pelo que o ideal é confirmar se vem de uma zona livre de contaminação, embora na prática isso possa ser difícil de garantir.