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O telemóvel causa realmente cancro?

O telemóvel causa realmente cancro

O maior estudo até hoje realizado sobre o risco de cancro, pelo uso excessivo do telemóvel, ainda não conseguiu obter provas conclusivas de que realmente esse aparelho possa provocar qualquer tipo de doença, incluindo o cancro.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), que liderou as pesquisas, os resultados indicam somente um alto risco à saúde pelo excessivo uso deste tipo de aparelhos.

Mas, a OMS acrescenta que é necessário realizar um estudo mais aprofundado para obtenção de diagnósticos mais conclusivos a respeito desse assunto.

A pesquisa foi realizada durante 10 anos, com 13.000 pessoas de 13 países e teve como objectivo analisar o risco de certos tipos de tumores cerebrais pelo uso de telemóveis.

Nos últimos anos, foram realizados vários estudos com o objectivo de investigar os efeitos na saúde humana causados pela exposição excessiva aos níveis de radiação por micro ondas que os telemóveis transmitem e recebem constantemente.

Até agora, nenhum desses estudo encontrou evidências fortes de que essa radiação tenha energia suficiente para causar danos ao DNA das células, causando algum tipo de cancro.

Também foi estudada a possibilidade de que pequenas quantidades de calor produzidas no cérebro pelo telemóvel, fossem suficientes para causar risco à saúde.

No estudo da Agência Internacional para Pesquisa sobre o Cancro, a OMS analisou dois tipos de dados dos utilizadores: aqueles sem problemas de saúde e os pacientes com tumores cerebrais, nomeadamente com glioma e meningioma.

Os resultados indicaram que aqueles que mais usaram os seus telemóveis, mostraram um risco maior de ambos os tipos de cancro, mas os investigadores dizem que houve “preconceitos e erros” no trabalho que impediu que se estabelecesse um nexo de causalidade.

Alguns dados, por exemplo, comprovaram que os utilizadores de telefones móveis em geral, têm um menor risco de cancro no cérebro do que as pessoas que não utilizam esses dispositivos.

Segundo os cientistas com maior experiência nesse tipo de trabalho, houve problemas com a metodologia do estudo e os resultados proclamados nessa pesquisa, não são conclusivos nem confiáveis.

Além disso, os padrões para a utilização e fabricação de telemóveis tem mudado muito desde que o estudo começou em 2000, e hoje em dia são utilizadas tecnologias mais apropriadas no fabrico destes aparelhos.

O tempo médio de uso entre os participantes era, na época da pesquisa, entre 2 e 2,5 horas por mês, ou seja cerca de meia hora por semana, o que dava uns minutos por dia de utilização.

Actualmente estima-se que cada pessoa usa seu telemóvel por uma hora ou mais por dia.

Conforme afirmou o director da IARC, Christopher Wild, por causa destas disparidades de factores é necessário realizar mais pesquisas para estabelecer uma ligação clara que possa dar credibilidade à pesquisa.

Segundo o correspondente da BBC em Genebra, Imogen Foulkes, os especialistas médicos disseram que o estudo tem falhas porque em vez de serem monitorizados, os participantes foram convidados a recordar quanto tempo e em que ouvido usaram seus telemóvel durante os últimos 10 anos.

A pesquisa também foi criticada porque foi financiada em grande parte por operadoras de comunicações móveis.

O Mobile Manufacturers Forum (MMF) e a Associação GSM, que representa os interesses da indústria global de comunicações móveis, contribuíram com 25% do custo total do inquérito.

Actualmente está em curso no Reino Unido um estudo mais amplo sobre os efeitos na saúde do uso do telemóvel. Essa pesquisa envolve cerca de 250 mil indivíduos entre os 20 e 30 anos de idade. Vamos esperar o resultado para podermos formar uma razão crítica que ofereça clareza e credibilidade nos resultados.

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