Medicina Integrativa é a prática de medicina que reafirma a importância da relação médico-doente, se foca na pessoa como um todo, é suportada por evidência científica e usa todas as abordagens terapêuticas apropriadas, profissionais de saúde e disciplinas para a atingir uma saúde e cura ótimas.
Esta é a definição de Medicina Integrativa adotada, em maio de 2004, pelo CAHCIM (The Consortium of Academic Health Centers for Integrative Medicine) que reúne, atualmente, 57 das mais prestigiadas faculdades de medicina dos EUA que integraram a Medicina Integrativa nos seus estudos pré-graduados, pós-graduados ou nos seus projetos de investigação científica.
David Raquel e Andrew Weil, dois autores de referencia, propuseram, em 2007, esta definição de Medicina Integrativa:
“Medicina Integrativa é uma mudança do foco da medicina da doença para a cura. Isto envolve a compreensão da influência da mente, do espírito e da comunidade tal como do corpo. Requer desenvolver um insight da cultura, crenças e estilo de vida do doente que ajude a compreender a melhor forma de identificar os pontos-chave das mudanças necessárias de comportamento que resulte numa melhoria da saúde.
Isto só pode ser feito com um grande investimento na relação médico-doente”
Medicina Integrativa é pois uma prática médica, que no conhecimento da medicina integra todos os recursos que a ciência moderna permitiu ir conhecendo e criando e se mostrem adequados para cada doente, contributos esses que têm sido, até agora, quase ignorados: psicoterapia e as várias técnicas mente-corpo, osteopatia e outras técnicas manipulativas musculo-esqueléticas, nutrição e as várias terapêuticas complementares, implementação de mudanças consistentes de estilo de vida, e a aquisição de uma atitude pro-activa e participativa do doente nas decisões de estratégia de intervenção na doença crónica.
A prática de Medicina Integrativa requer o trabalho de uma equipa multidisciplinar, em permanente atualização técnico-científica.
A investigação científica e o alicerce da sua prática em evidência assume grande relevância em Medicina Integrativa. As atividades da ISCMR são disso um eloquente reflexo.
Medicina Alternativa é, por definição, uma prática que se assume como estando fora da medicina e se pretende que seja um qualquer outro caminho que prescinde da prática médica, uma opção, justamente alternativa à medicina.
A denominação de Medicina Alternativa pode albergar um amplo conjunto de práticas, muito variáveis e sem definição universalmente aceite.
É importante não confundir Medicina Alternativa com Terapêuticas Complementares.
Medicina Integrativa não é, pois, Medicina alternativa.
No século XXI a Medicina Integrativa assume-se como o modelo mais adequado para superar os desafios de saúde que se colocam nos países desenvolvidos, em que as doenças crónicas e multisistémicas atingem uma significativa maioria da população e cujo tratamento, centrado exclusivamente na utilização de fármacos, consome recursos que tornam os sistemas de saúde insustentáveis e não tem permitido atingir o nível de cura e de qualidade de vida que se deseja.