A Maca (Lepidium meyenii) é um tubérculo nativo da região andina e cultivado principalmente no Peru, ao qual são atribuídos efeitos valiosos no corpo. É considerado um alimento ideal para os atletas. Também é conhecida como maca root, maca peruana e ginseng peruano.
Hoje vamos saber tudo sobre maca peruana: quais as suas propriedades, benefícios e utilização na cozinha.
Tabela de Conteúdos
Propriedades da maca root ou maca peruana
Como já dissemos, a maca é um tubérculo tal como a batata doce ou a batata, mas de acordo com um estudo realizado por cientistas na China, há a destacar a contribuição de proteínas, minerais e vitaminas como a vitamina C, ferro, cálcio, magnésio, cobre e zinco.
A contribuição de proteínas, fibras e nutrientes acima mencionados pode variar de um tipo de maca para outro, sendo mais elevada no tubérculo cultivado no Peru do que na maca de Yunnan (China), de acordo com uma análise da mesma.
Para além disso, a análise nutricional da maca do Peru revela que, dependendo da área cultivada, a proporção de nutrientes pode variar, sendo o teor proteico mais elevado avaliado em cerca de 10% com uma elevada proporção de aminoácidos essenciais.
Do mesmo modo, o seu principal nutriente são hidratos de carbono complexos (50-60%) acompanhados por uma proporção considerável de fibra próxima dos 9%.
Entre as suas propriedades mais valiosas destaca-se não só o teor de fibras e proteínas vegetais, mas também a sua contribuição de ácidos gordos polinsaturados, alcalóides, esteróis vegetais e também glucosinolatos presentes nos brócolos e diversas espécies de couves, mas que na maca se concentram em proporções mais elevadas.
E como se isso não fosse suficiente, a maca tem propriedades antioxidantes consideráveis que podem proteger todas as células do corpo da morte e dos danos causados pelo stress oxidativo, como concluiu um estudo publicado na Food Chemistry.
Benefícios da maca peruana
Devido à sua riqueza nutricional, a maca é um alimento que pode ser de grande ajuda para cobrir as necessidades de certos nutrientes e prevenir deficiências, sendo especialmente útil em dietas veganas.
Mas, além disso, a sua elevada concentração de antioxidantes, fitoesteróis e outros compostos químicos como os acima mencionados foram ligados aos benefícios para a saúde cardiovascular e metabólica, tal como foi concluído por um estudo sobre as propriedades terapêuticas da maca publicada em 2015.
O mesmo estudo conclui que a maca pode aumentar o desejo sexual e promover o crescimento, embora não seja possível confirmar os benefícios sobre a fertilidade ou sobre a redução dos sintomas da menopausa, porque embora existam diferentes investigações a este respeito, muitas delas são de pequena dimensão ou conduzidas em animais e não em humanos.
Quanto aos seus efeitos no desempenho físico, podemos estimar que os seus antioxidantes, o seu elevado nível proteico e a sua boa proporção de hidratos de carbono são benéficos, contudo, os efeitos anti-fadiga só foram testados em animais e a melhoria do desempenho físico após a suplementação com maca foi estudada num número muito reduzido de ciclistas.
Por todas estas razões, a maca pode oferecer benefícios ao nosso organismo e contribuir para um melhor desempenho físico, mas não tem propriedades mágicas. Podemos sempre tirar partido das suas características e nutrientes se incluir este ou outro alimento no quadro de um estilo de vida saudável e de acordo com os seus objectivos ou necessidades.
Como utilizar maca na cozinha
Nas ervanárias ou lojas de suplementos desportivos podemos encontrar o extracto seco e o pó ou cápsulas de maca andina com este ingrediente no seu interior.
O extracto de maca em pó é aquele que podemos utilizar em algumas preparações culinárias tendo em conta que tem um sabor ligeiramente picante.
Podemos simplesmente adicionar uma colher de chá de maca a um batido ou iogurte para o pequeno-almoço ou lanche, ou para consumir após o treino. Podemos também utilizar maca para aromatizar pratos quentes ou frios, ou para acentuar a doçura de algumas preparações, tais como biscoitos caseiros ou bolos de trigo integral.
Bibliografia consultada | Chinese Journal of Food Hygiene, 2007-03; Forest Research, Beijing 2009 Vol.22 No.5 pp.696-700 ref.21; Horiz. méd. (Impresa);3(1/2):6-19, dic. 2003. graf; Food Chemistry, Volume 79, Issue 2, November 2002, Pages 207-213; G. Sifuentes-Penagos et al. / Scientia Agropecuaria 6 (2) 131 – 140 (2015); Food Science 2004-02; Journal of Ethnopharmacology, Volume 126, Issue 3, 10 December 2009, Pages 574-576.