Os linfócitos são um tipo de glóbulo branco e uma parte importante do sistema imunitário. Os linfócitos defendem o corpo contra as infecções, pois podem distinguir as células do próprio corpo de elementos estranhos. Logo que reconheçam algum material estranho no corpo, produzem produtos químicos para o destruir.
Uma contagem de linfócitos é geralmente parte de um hemograma completo e expressa-se como a percentagem de linfócitos pelo número total de leucócitos do sangue. Uma pessoa saudável tem entre 1000 e 4000 linfócitos por cada mililitro de sangue, ou seja, cerca de 20% a 30% das células brancas são linfócitos.
Tabela de Conteúdos
Tipos de linfócitos
Os três tipos principais de linfócitos são as células B, as células T e as células NK (natural killers). Todos os linfócitos são capazes de produzir produtos químicos para lutar contra moléculas estranhas. Qualquer molécula reconhecida pelo corpo como estranho chama-se antígeno. Um linfócito, B ou T, é específico para um único tipo de antígeno. Apenas quando se encontra com o antígeno apropriado é que se transforma na dita célula.
Linfócitos B
Os linfócitos B ou células B são um tipo de linfócito e um componente essencial da resposta imunológica humoral. Os linfócitos B são um componente essencial do sistema imunitário adaptativo. As funções principais dos linfócitos B são:
- Fabricar anticorpos contra antígenos
- Funcionar como células apresentadoras de antígeno (APC)
- Eventualmente transformarem-se em células de memória B depois de serem activadas pela interacção com um antígeno.
Os linfócitos B têm dois processos de maturação e diferenciação. O primeiro produz-se na médula óssea, que não está exposta aos antígenos. O segundo processo de maturação produz-se no gânglio linfático. Nesta segunda etapa a célula B diferencia-se noutros tipos de células: células plasmáticas e células B de memória.
Representam 5% a 10% dos linfócitos. Viajam pelos vasos até aos órgãos linfáticos onde se alojam, excepto no timo. São responsáveis pela produção de anticorpos sanguíneos.
Algumas não se distinguem dos plasmócitos, resultando em células que rapidamente respondem a uma repetida exposição ao mesmo antígeno (nos casos de varicela ou sarampo, por exemplo).
Linfócitos T
As células T são essenciais para a imunidade humana. Os efeitos devastadores de uma diminuição do número de um único tipo de células T são bastante evidentes nos casos de VIH/SIDA. Quase todos os aspectos da resposta imunitária adaptativa são controlados de alguma forma pelas células T. Estas células multifuncionais têm a capacidade de:
- Analisar o meio intracelular dos invasores estranhos
- Matar directamente as células infectadas por bactérias
- Erradicar naturalmente as células cancerosas
- Activar e ajudar as outras células do sistema imunitário contra os germes ou produzir anticorpos
- Recordar um germe durante décadas
As células T também são responsáveis pelas respostas do sistema imunitário que conduzem a:
- Rejeição de um órgão transplantado
- Praticamente todas as doenças auto-imunes (diabetes, esclerose múltipla, artrite reumatóide 1, etc.)
- Algumas reacções alérgicas (intolerância ao glúten, etc.)
São cerca de 65 % a 75% dos linfócitos e são responsáveis pela imunidade celular. Estas células formam-se no timo onde se distinguem em T citotóxica que atuam sobre as células estranhas e infectadas por vírus, T helper que transformam dos linfócitos B em plasmócitose e os T supressor que impedem a resposta humoral e celular e aceleram o término da resposta imunitária.
Células NK (natural killers)
As células NK desempenham um papel análogo aos linfócitos T citotóxicos na resposta imune adaptativa. As células NK proporcionam uma resposta rápida às células infectadas por vírus e respondem à formação de um tumor, actuando cerca de três dias após a infecção.
As células NK são citotóxicas; pequenos grânulos no seu citoplasma contêm proteínas especiais, tais como a perforina e protéases, causando a lise celular ou apoptose. A distinção entre a apoptose e lise celular é importante na imunologia: a lise é a ruptura de uma célula infectada com vírus, enquanto a apoptose conduz à destruição do vírus no interior.
As células NK têm a capacidade de reconhecer células infectadas na ausência de anticorpos e MHC, o que permite uma reacção imunitária muito mais rápida. É por esse motivo que são conhecidas como “assassinas naturais”.
As células NK são activadas em resposta a interferões ou citoquinas derivadas de macrófagos. Servem para conter infecções virais enquanto a resposta imune adaptativa gera células T citotóxicas específicas para o antígeno que possam eliminar a infecção.
Cerca de 10% a 15% dos linfócitos são células NK, capazes de atacar e destruir células hostis ao corpo humano, especialmente tumores e micróbios, antes do vírus ter hipótese de se reproduzir.
Hemograma
Os valores dos linfócitos são analisados no hemograma, um dos exames mais prescritos porque permite ter uma visão mais geral da saúde de uma pessoa, sendo uma excelente ferramenta para identificar algumas doenças. Neste exame são analisadas as células no sangue, seja, as células vermelhas (eritrócitos ou hemácias), as células brancas (leucócitos) e as plaquetas (trombócitos).
Como interpretar o resultado de um hemograma?
De realçar que apenas o seu médico pode fazer uma avaliação correta do hemograma. Apesar de muitos de nós costumarem espreitar para dentro dos envelopes para ver os resultados, apenas o médico está em condições para fazer um diagnóstico e, se for preciso, indicar qual o tratamento mais adequado para cada caso.
Valores de referência
Num adulto, os valores normais devem situar-se entre 1,00 – 3,20 (10^9/L) 1.0, ou seja, entre 1000 e 3200 por milímetro cúbico de sangue. Se estes valores ultrapassarem ou não alcançarem estes valores, isso pode ter vários significados, mas mais uma vez, não se esqueça que apenas o seu médico está em condições para analisar as causas dessa situação.
Causas que podem originar valores de linfócitos elevados
Quando o organismo passa por situações de stress, de convalescença ou após uma infecção, o número de linfócitos no sangue sofre um aumento. Isso também acontece em caso de doenças tais como:
- Brucelose
- Leucemias linfociticas
- Linfomas
- Mononucleose infecciosa
- Sífilis
- Tuberculose
- Etc
Causas para ter os linfócitos baixos
No caso de os valores estarem abaixo do normal, isso poderá indicar problemas como por exemplo:
- Cirrose hepática
- Imunodeficiência, infecção por HIV
- Etc
Diane
Maio 18, 2017Gostaria de saber se 38 e normal ?