A atividade física deve começar, impreterivelmente, pelo aquecimento. Esta palavra, impreterível, parece ser forte, mas serve para reforçar a importância desta fase do exercício como preparação para o mesmo, como forma de evitar lesões e como meio de recuperação após o exercício.
Quando estamos “frios” as articulações encontram-se mais rígidas, os músculos e ligamentos estão menos elásticos, o coração encontra-se em ritmo de repouso e a respiração é mais lenta. O aquecimento permite preparar o corpo para o esforço, aumentando as capacidades mecânicas, a coordenação motora, a concentração e a capacidade cardiorrespiratória.
As articulações possuem no seu interior uma substância líquida (líquido sinovial) que nutre a cartilagem e que permite o movimento de deslize. Ao fazer o aquecimento, este líquido vai tornar-se menos viscoso e o movimento articular torna-se mais fluído, com menor atrito e criando condições para que não exista tanta sobrecarga sobre a articulação.
Ao fazer aquecimento, a temperatura dos músculos e dos tendões vai aumentar o que, por sua vez, vai permitir que estas estruturas se tornem mais elásticas e flexíveis e que a resposta da contração muscular seja mais eficaz quer no que respeita à força, quer no que respeita à velocidade da contração.
O aquecimento tem, também, efeito sobre o sistema nervoso: o seu funcionamento é otimizado a uma temperatura entre os 38º a 39ºC .
É o sistema nervoso que comanda o movimento e todos os intervenientes para que este se execute convenientemente. A boa coordenação dos vários mecanismos ligados ao movimento está dele dependente.
Além disso, esta preparação para o exercício permite aumentar, gradualmente, o ritmo cardíaco de forma que o coração possa bombar o sangue necessário para os tecidos musculares, mas adaptando-se gradualmente a esta tarefa. Ao aumentar a temperatura vai dar-se uma vasodilatação dos tecidos o que resulta num aumento da vascularização dos mesmos, com o consequente aumento do aporte de oxigénio e glicose necessários à atividade.
O metabolismo energético que se dá a nível da célula e que produz energia é mais eficaz quando existe aumento da temperatura corporal.
A nível respiratório, vai ser pedido um aumento da frequência respiratória de forma a aumentar a concentração de oxigénio no sangue, mas também aumentar a eliminação de dióxido de carbono.
Em termos psicológicos o aquecimento permite aumentar a confiança, a concentração, a atenção e diminuir a apreensão.
Se não fizer o aquecimento, corre risco de problemas musculares e articulares como as distensões, ruturas, contracturas, cãibras, mialgias, tendinites, entorses e luxações. São também consequência do exercício feito sem aquecimento o sentir-se oprimido, sem fôlego, taquicardia, mau estar cardíaco e síncope.
O aquecimento deve ser ativo, através de exercício físico. As reservas energéticas de trifosfato adenosina e glicogénio vão transformar-se em 20 a 25% em energia mecânica e o restante em calor, o que provoca o aumento da temperatura muscular e do corpo. Como temos uma grande quantidade de músculos nos membros inferiores, os exercícios de aquecimento que os envolvam são altamente eficazes.
O aquecimento passivo é aquele que é feito sem atividade muscular como duche quente, sauna, massagem, infravermelhos, exposição solar, fricção e vestuário.
Não esqueça, nunca, mas nunca faça exercício sem um bom aquecimento.