Rica Saude

Inflamação silenciosa: quando um fogo invisível nos vai consumindo!

inflamação silenciosaQuando pensamos em inflamação, cuja palavra deriva de flama, chama, associamos logo algum incómodo, dor, calor e inchaço…
Mas nem sempre é assim.
Há um tipo de inflamação que se desenvolve, lenta e insidiosamente, sem se fazer notar, sem dor, sem calor, sem rubor e sem edema visível.
Tal como uma braseira é um fogo sem chama e cujo calor é menos intenso que o da fogueira, não deixa de ser fogo e de consumir a mesma lenha. O que as diferencia é a intensidade da combustão.
Assim é a inflamação silenciosa!
Todas as doenças crónicas degenerativas – cardiovasculares, neurológicas, osteoarticulares – começam e desenvolvem-se com um processo inflamatório que não se sente mas vai lavrando lentamente, sorrateiramente, durante décadas, alterando progressivamente as estruturas dos tecidos e diminuindo a sua capacidade funcional.
A hipertensão e a aterosclerose têm subjacente uma inflamação do endotélio, a parede de revestimento interno das artérias.
A doença de Parkinson e as demências, com relevo para a doença de Alzheimer, começam num processo inflamatório das células cerebrais.
As artroses, e o desgaste da cartilagem que as caracteriza, desenvolvem-se a partir de pequenos focos de inflamação nas articulações.
A generalidade dos processos de envelhecimento enraízam em inflamação silenciosa.
Tal como uma ferida na pele, após a inflamação aguda que a ajudou a recuperar pode mostrar uma cicatriz, quer dizer, uma alteração da estrutura e da capacidade de funcionamento com menor flexibilidade, alguma retração e fibrose dessa mesma pele, também a inflamação silenciosa vai deixando um rasto de alteração nos tecidos dos órgãos onde se desenvolve comprometendo progressivamente a sua funcionalidade.
Como começa a inflamação silenciosa?
Mas, sendo a inflamação um processo de auto-defesa e proteção, porque se desencadeiam estes processos de inflamação que não só atentam contra a qualidade de vida, como colocam a vida em perigo?
A resposta a esta pergunta ainda não é completamente conhecida pela ciência, mas são conhecidos alguns fatores que desencadeiam uma resposta inflamatória por parte das células e tecidos orgânicos.
Uma característica comum é que haja agressão da célula, sob o ponto de vista químico, físico ou biológico.
Vejamos apenas alguns exemplos:
Esta é uma hipótese levantada por alguns investigadores entre os quais Luc Montagnier, MD, prémio Nobel de Medicina para explicar a etiologia do processo inflamatório cerebral observado nas demências;
Depois de desencadeada, o desenvolvimento da inflamação silenciosa depende de algumas circunstâncias pessoais e será mais intensa se estas “soprarem ventos favoráveis”.
Favorecem a inflamação silenciosa:
A inflamação silenciosa é uma combustão lenta que vai alterando o nosso organismo durante duas ou três décadas, até serem visíveis as suas consequências na perda de funcionalidade de órgãos ou pelo diagnóstico de doenças degenerativas.
Se não nos é possível conhecer e eliminar a maior parte dos fatores desencadeantes está ao nosso alcance limitar as circunstâncias que a favorecem.
Podemos assim retardar muito ou quase eliminar os seus efeitos nefastos.
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