Inflamação e infeção

Inflamação e infeção – tão diferentes mas tantas vezes confundidas!

A inflamação e a infeção são dois processos orgânicos muito diferentes que importa conhecer, compreender e não confundir.
Inflamação e infeção

O que é a inflamação?

A inflamação é uma resposta do organismo que visa recuperar a estrutura dos tecidos que foram, ou estão a ser, agredidos e alterados por uma qualquer razão.
Em princípio, a inflamação é uma reação benéfica do nosso organismo: recuperar a normal estrutura dos nossos tecidos.
Vejamos dois casos comuns inflamação benéfica:
  • Um golpe superficial ou uma ferida em que a pele ficou raspada em alguns pontos de forma mais profunda.
O organismo de imediato dá início a uma cascata de processos vasculares, imunológicos e bioquímicos, que nos dois primeiros dias leva ao aumento de dor, rubor e calor no local e depois, gradualmente, à medida que esses processos vão completando o seu trabalho de recuperação do tecido, voltam à normalidade.
  • Deixou cair na sua pele um produto de limpeza doméstica agressivo.
Na pele agredida dá-se inicio á mesma cascata de inflamação para recuperar os tecidos e trazer de volta a normalidade a essa zona da pele

Reações crónicas – inflamação não benéfica

Quando a nosso organismo está a ser sujeito ao contacto continuado com traumas mecânicos provocadores de pequenas lesões, de substâncias inaladas ou ingeridas que provoquem alterações, por mínimas que sejam, nas mucosas, na pele ou em qualquer outro órgão, a inflamação é desencadeada para, exatamente, cumprir a sua função: recuperar os tecidos alterados.
Se os estímulos agressivos não deixarem de existir a inflamação torna-se num processo crónico.
A inflamação crónica não é benéfica para o organismo.
Mas deve ser compreendida como um processo reativo cuja origem deve ser investigada e, sempre que possível, eliminada.
Sem uma causa agressiva do organismo não há inflamação.
Vejamos alguns casos usuais de inflamação crónica:
  • Rinite alérgica. A inalação de substâncias que agridem a mucosa respiratória de uma pessoa vai desencadear uma inflamação crónica nasal.
De forma análoga, a inalação de fumo do tabaco vai desencadear a inflamação crónica dos brônquios.
  • Inflamação intestinal pela ingestão recorrente de alimentos que não sejam bem tolerados micro-organismos patogénicos.
Convém realçar que todas as mucosas do organismo estão imunologicamente interligadas e podem reagir de forma sinérgica. Tendo uma delas sido sujeita a um estímulo provocador de resposta inflamatória outra, ou outras, mucosas podem dar início a um inflamação simultânea.
Inflamação crónica das doenças auto-imunes. Neste caso é o próprio sistema imunitário que desregula a sua função e passa a entender como estranhas as células do próprio corpo. Agride determinado órgão e provoca uma inflamação crónica por parte desse órgão.
Inflamação silenciosa – um assassino escondido dentro de nós
Está inflamação crónica provoca sinais clínicos de alerta e pode ter consequências fatais.

O que é uma infeção?

Uma infeção é um quadro clínico provocado pela entrada e desenvolvimento no nosso organismo de vírus, parasitas, fungos ou bactérias.
O tratamento de uma infeção é feito com fármacos antibióticos, antivirais, antiparasitários ou antifuncigos.

Inflamação / Infeção !

Os tecidos com inflamação favorecem o desenvolvimento de uma infeção.
Nos tecidos infetados vai sempre desenvolver-se uma inflamação.
Mas há que saber que inflamação não é sempre igual a infeção!
E o tratamento de uma infeção não é igual ao de uma inflamação!
Dois exemplos “de uma infeção” pode ser afinal…  uma inflamação:
  • Cistites. Os sinais clínicos de inflamação e de infeção da uretra e da bexiga podem ser iguais. Deve ser diagnosticado se se trata de infeção ou inflamação antes de decidir o tratamento a instituir.
  • Otites. De forma idêntica, pelos sintomas, é fácil confundir otite inflamatória com uma otite infeciosa. O diagnóstico médico impõe-se para a instauração do tratamento adequado.
O tratamento, não justificado, de inflamações com antibióticos deve ser absolutamente evitado, quer para proteção da nossa saúde quer para evitar a resistência a antibióticos que é já um problema grave de saúde pública.
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