Os fitoestrogénios são cada vez mais falados, vejamos onde poderá estar o segredo para os seus benefícios.
O que são os fitoestrogénios?
Os fitoestrogénios são compostos, ou os seus metabolitos, com capacidade de se ligarem aos recetores dos estrogénios (hormona) e por isso capazes de ter ação semelhante. A sua estrutura muito parecida com o estradiol é a chave para esta capacidade.
Estão descritos benefícios na saúde cardiovascular, saúde óssea, menopausa, síndrome pré-menstrual e cancro. Muitas destas questões necessitam de mais investigação.
Onde se podem encontrar os fitoestrogénios?
São encontrados em alimentos vegetais. O inhame selvagem (ou inhame mexicano) é a fonte mais rica, mas a soja é a fonte mais utilizada em todo o mundo.
As mulheres da zona do entre o Panamá e o México onde é originário o inhame selvagem e onde é comido regularmente, possuem menos síndrome pré-menstrual e menopausas com melhor qualidade.
A suplementação começa já a diversificar-se e já existem inúmeros suplementos com fitoestrogénios. Mas não existe só um tipo de fitoestrogénio e por isso devemos compreendê-los!
De forma simples, e falando apenas dos mais comuns nos alimentos e suplementos, podemos dividi-los em:
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Não flavonóides – Os lignanos encontram-se em alimentos ricos em fibra, sendo as sementes de linhaça a melhor fonte.
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Flavonóides – Entre outros compostos, posicionam-se as Isoflavonas mais conhecidas, nomeadamente a daidzeína e genisteína, cuja principal fonte é a soja e os seus derivados.
Apesar dos suplementos geralmente conterem a daidzeína e genisteína, o segredo dos benefícios das isoflavonas parece estar no equol, que é um composto que se forma no intestino a partir da daidzeína.
A questão fundamental na suplementação está no intestino
O segredo para o sucesso da suplementação com isoflavonas em algumas mulheres parece estar no equol – que exerce efeitos reguladores nas hormonas endógenas.
O equol não está presente nos alimentos. Só pode ser produzido a partir da daidzeína que ingerimos por alimentos ou suplementos. Esta produção é levada a cabo pelas bactérias intestinais (acidófilas e bifidobactérias).
Alguns estudos mostram que só 30 a 40% da população ocidental conseguem produzir equol. Podemos dividir a população em “produtores” e “não produtores” de Equol, sendo que os “não produtores” não beneficiam de qualquer tipo de suplementação com isoflavonas.
A alimentação, uso de antibióticos, doenças, stress, afetam a nossa flora intestinal e muitas vezes pioram-na. Desta forma, a produção de substâncias que nos protegem fica diminuída.
Atenção: Se possui obstipação ou outro tipo de problemas intestinais a toma de fitoestrogénios pode não lhe trazer benefícios.
A percentagem de “produtores” de equol em países orientais chega a atingir 60%, o que faz os investigadores divagarem sobre a hipótese de o tipo de alimentos usados por eles serem mais facilmente transformados em equol (alimentos de soja fermentados).
No ocidente recorre-se à suplementação, mas esta pode não ser a forma mais adequada para que o organismo consiga produzir equol. Já existem suplementos que fornecem este metabolito e não só a genisteína e deidseína.
Uma alimentação que inclua fontes de soja, e principalmente alimentos derivados fermentados, não apresenta risco em termos de quantidade de fitoestrogénios e pode ser uma forma de produzir mais facilmente equol que tem efeitos benéficos na saúde.