Urtigas. A erva, que causa comichões e alergias, pode também ser usada para fins medicinais e culinários
Os elementos activos conhecidos até agora são: ferro, clorofila, lecitina, tanino, ou glicósido ainda não identificado, uma secretina semelhante à do espinafre, ácido fórmico, mucina, cera, caroteno, vitamina A e numerosos minerais, especialmente cálcio, ácido salícico, magnésio e manganês. Segundo F. Fluri o ardor é devido a uma substância análoga ao ácido resinoso e não a um corpo albuminoso.
A urtiga produz um efeito diurético parecido com o do chá preto, embora inferior. A secretina actua como excitante do estômago, do intestino, do pâncreas e da vesícula. Com o aumento das secreções dos sucos digestivos efectua-se simultaneamente uma excitação do movimento intestinal.
O teor da urtiga em compostos orgânicos de ferro e em clorofila capacita-a para incitar a renovação do sangue, aumentando a hemoglobina e os glóbulos vermelhos. A eficácia é análoga à do sumo de espinafres.
Tal como acontece com as folhas de arando, também a urtiga influi favoravelmente no metabolismo do açúcar nos diabéticos, que podem poupar injecções de insulina mediante este específico natural. Naturalmente, o efeito deve ser controlado por um médico, em cada caso. Também parece comprovarem-se propriedades anti-hemorrágicas, devidas provavelmente à presença de tanino.
O efeito adstringente das urtigas faz-se notar numa série de doenças disentéricas. Mas, em contrapartida, podem facilmente constituir um laxante, de modo que se torna lícito falar da sua capacidade como elemento normalizador do intestino.
Consegue-se uma forte circulação do sangue pela pele e pelas regiões orgânicas internas golpeando o corpo com urtigas (a «urticação» dos antigos). Este aumento da circulação actua favoravelmente nos mais diversos processos reumáticos, musculares e arteriais.