A doença de Alzheimer é a principal causa de demência no nosso país. Sabe quais são as causas e principais sintomas desta doença? Vamos saber mais sobre este problema de saúde no nosso artigo de hoje.
Portugal é um dos países com maior proporção de doentes por demência entre a população com mais de 60 anos. De acordo com o relatório Health at a Glance 2017 da OCDE, publicado em Novembro de 2017, 20 em cada mil habitantes sofrem desta doença. Um valor acima da média da OCDE que está nos 15 casos por mil habitantes, sendo a forma mais comum a doença de Alzheimer.
Tabela de Conteúdos
O que é a doença de Alzheimer?
Para saber o que é o Alzheimer, temos que nos referir a esta condição como uma patologia neuro-degenerativa a nível cerebral, que é progressiva e irreversível, e que afectará de forma difusa os neurónios do córtex cerebral e outras estruturas adjacentes, conduzindo a uma degeneração da função cognitiva e a transtornos de conduta.
É caracterizado por uma deterioração da capacidade do paciente de controlar as suas próprias emoções, impedindo-o de desenvolver-se no seu ambiente de acordo com um padrão de comportamento coerente e de coordenar os seus movimentos e memória de forma adequada. A doença de Alzheimer costuma aparecer a partir dos 65 anos, embora também possa surgir em pessoas mais jovens.
Em todo o mundo, esta doença afecta um total de 36 milhões de pessoas. A sua prevalência alcança, pelo menos, 30% da população com mais de 85 anos, representando as mulheres 70% dos paciente afectados com idades entre os 65 e os 90 anos aproximadamente.
Devido ao aumento da esperança de vida, diversos estudos realizados sobre a Doença de Alzheimer referem que esta poderá multiplicar por três a sua prevalência nos próximos 40 anos.
Quando foi descoberta a Doença de Alzheimer?
No ano de 1907, o doutor Alois Alzheimer descobriu uma nova doença, sem chegar a imaginar naquela altura que estava a tratar o primeiro caso clínico de uma doença que alguns anos mais tarde teria o seu nome e que hoje desperta grande interesse na comunidade científica e médica devido às suas consequências devastadoras.
O doutor Alzheimer foi o primeiro a reconhecer a diferença entre uma simples demência senil e este grande mal do nosso tempo. Os seus inícios no tratamento da demência datam do ano 1888 quando começou a trabalhar como assistente no sanatório municipal de Frankfurt. Anos depois, em 1907, descobriria a doença que produzia perda de memória, desorientação, alucinação e morte. Esta patologia foi diagnosticada pela primeira vez numa mulher de 51 anos que tinha perdido repentinamente o conhecimento das coisas.
Alzheimer descobriu um número diminuto de neurónios no córtex cerebral, junto com cúmulos de proteínas, emaranhados ou filamentos neurofibrilares. Em honra do seu descobridor, esta doença ficou com o seu nome. Este médico faleceu a 9 de Dezembro de 1915 devido a uma endocardite.
O que causa Alzheimer?
A Doença de Alzheimer pode ter diversas causas. Desta forma, o Alzheimer convencional, também conhecido como familiar caracteriza-se por começar mais cedo, mais concretamente aos 60 anos. Este modelo defende que as pessoas com familiares que já padeceram desta doença terão mais probabilidades de também a vir a ter. Este padecimento tem a ver com as mutações genéticas como a da proteína precursora de amilóide.
Também se destacaria a doença de Alzheimer como podendo estar associada ao síndrome de Down, uma vez que as pessoas com esta condição têm excesso de proteína precursora de amilóide, o que pode fazer com que o seu metabolismo conduza a uma acumulação de fragmentos causadores da senilidade. Nestes casos pode surgir Alzheimer logo a partir dos 2 anos de idade.
Embora esta doença não seja consequência do envelhecimento, a verdade é que afecta 5 a 7% das pessoas com mais de 65 anos. Há mais de 70 genes, entre eles o da ubiquitina, que poderão explicar o aparecimento de Alzheimer associado à idade.
Sintomas de Alzheimer
Os sintomas mais destacados da doença de Alzheimer podem ser resumidos nos seguintes pontos:
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Perda de memória e concentração. Trata-se de um dos sintomas iniciais de Alzheimer e se manifesta pela perda de objectos importantes, confusão na realização de tarefas domésticas, perda de noção do espaço e do tempo, dificuldade de resolução de problemas aritméticos simples ou na tomada de decisões rotineiras.
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Outro dos primeiros sintomas são as mudanças de humor que se são tornando imprevisíveis, assim como depressão, angústia, negação dos próprios sintomas e até mesmo irritabilidade, agressividade ou desinibição social.
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Quando a doença de Alzheimer está mais avançada pode-se ainda acrescer as dificuldades para terminar as frases ou encontrar as palavras adequadas, incapacidade para entender o significado de determinados termos ou de estabelecer uma simples conversa.
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Com a passagem do tempo, os movimentos e a coordenação vão-se deteriorando, incluindo a lentidão de movimentos, dificuldade de marcha e perda de equilíbrio.
A doença pode durar entre uns cinco e os vinte anos, mas a verdade é que uma vez diagnosticada, a esperança de vida tende a reduzir-se a metade.
Tratamento
Actualmente, a doença de Alzheimer não tem uma cura, não sendo sequer possível travar o seu avanço ou recuperar as funções do organismo que foram afectadas. Apesar disso, existem uma série de recursos que podem aliviar alguns dos seus sintomas:
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Existem alguns fármacos que ajudam a proteger o sistema colinérgico, que tem como função modular a informação processada em diferentes partes do nosso cérebro. Com medicamentos como, por exemplo, a rivastigmina ou galantamina, é possível actuar sobre a enzima que deteriora um dos neurotransmissores do nosso cérebro conhecido como acetilcolina. No entanto, estes medicamentos podem ter efeitos secundários como vómitos, náuseas ou mau funcionamento do aparelho digestivo.
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Os anti-inflamatórios não-esteróides são indicados tanto na prevenção, como no tratamento da doença. Aqui podemos destacar fármacos como a aspirina ou o ibuprofeno. Não é recomendável o seu uso a longo prazo.
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Também há estudos que nos falam sobre os efeitos de determinados antioxidantes que ajudam a atrasar de forma ligeira o progresso da doença. Neste sentido, aumentando a dose de vitamina E ou o consumo de uma planta conhecida como Gingko Biloba poder-se-á apreciar uma ligeira melhoria da memória.
Você conhece casos de pacientes com doença de Alzheimer? Como foi a sua experiência? Se passou ou está a passar por esta situação, que conselhos pode dar a quem está a passar pelo mesmo?