Estima-se que mais de 800.000 pessoas se suicidem todos os anos e que por cada tentativa de suicídio muitas outras tenham sido tentadas. Os efeitos sobre as famílias, amigos e comunidades são terríveis e de amplo alcance, embora surjam bastante tempo depois de ente querido ter desistido da vida.
Apesar do suicídio poder ser prevenido, a cada 40 segundos há uma pessoas que se suicida em alguma parte do mundo e muitas mais o tentam. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio não discrimina: ocorre em todas as regiões do mundo e em qualquer idade. Entre jovens com idades entre os 15 a 29 anos, em particular, é a segunda causa principal de morte a nível mundial (OMS; 2014).
Portugal não é a excepção e até está acima da média, apresentando uma taxa de 13,7 por cem mil habitantes em 2015, face a uma taxa mundial de 10,7, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Também de acordo com a Direcção-Geral de Saúde o número de suicídios ronda os 1000 por ano. O número de suicídios é mais significativo no Alentejo e a taxa de mortalidade por suicídio tem maior incidência na faixa etária igual ou superior a 65 anos. Dentro da região europeia, Portugal está ligeiramente abaixo da média europeia mas acima da média global, o que significa, tendo em conta os cerca de dez milhões de habitantes, que cerca de 1.370 pessoas ter-se-hão suicidado.
Em ambos os sexos, o método mais usado para tirar a própria vida é o enforcamento. Mas, por exemplo, nos Estados Unidos o método mais usado são as armas de fogo. Isso diz-nos que é importante conhecer qual o acesso ao método que a pessoa que está a pensar retirar a própria vida tem, porque assim seria possível tentar prevenir. No caso do enforcamento, este é um método de fácil acesso, pelo que se ouvir alguém dizer que está a pensar em enforcar-se deve levar essa ameaça muito a sério.
Segundo os dados estatísticos, a maioria dos suicídios foi levado a cabo por homens. A idade varia. Mas até foram já registados casos de suicídios em crianças com idades tão precoces como 10 anos, até idosos com mais de 90 anos. Este dado contrasta com a crença que as principais vitimas são os adolescentes. No caso particular de Portugal, a população mais vulnerável é a dos adultos/idosos.
É importante que as pessoas e as comunidades se unam. Se alguém verificar que algum idoso está sozinho, seria uma boa ideia acompanhá-lo ou até mesmo “adoptá-lo”, verificando se tem o que comer, como se está a sentir, e sobretudo, que o escutem. Uma pessoa que contempla o suicídio como uma opção, precisa de ajuda, atenção, de saber que há ajuda disponível e que as pessoas que o rodeiam estão solidárias com o seu sofrimento.
Mas onde os adolescentes estão à frente é idealização de ideias suicidas. Esta define-se como o aparecimento de pensamentos cujo conteúdo está relacionado com terminar com a própria existência. Aqui incluem-se aqueles pensamentos que fazem alusão à falta de valor da própria vida, desejos de morte, fantasias de suicídio e planeamento desse acto.
Sinal de alerta para identificar sinais de suicídio
A idealização suicida pode ser identificada através das verbalizações feitas pelas pessoas. Começam a falar de morrer, de se matarem, de como seria o mundo sem ele… têm mais comunicação, até mesmo nas redes sociais, como que uma espécie de despedida, agradecendo aos entes queridos. Mas esses comportamentos não devem ser minimizados, pois podem indicar que essa pessoa precisa de ajuda. Há que estar alerta perante estas verbalizações e mudanças no comportamento, destacando a importância da seriedade da situação. Sabemos que a maioria das vítimas de suicídio tentaram em algum momento dar a conhecer as suas intenções. Temos que escutar e saber agir imediatamente nestes casos.
Se estiver nesta situação ou suspeita que alguém está a pensar em suicídio, peça ajuda. Se ajudarmos essas pessoas que precisam de assistência psicológica, psiquiátrica, apoio familiar, solidão, ansiedade, depressão ou risco de suicídio, podemos prevenir o suicídio. Pode também ligar para o SOS Voz Amiga, para os números 213 544 545 – 912 802 669 – 963 524 660 (Diariamente das 16h às 24h) ou da Linha Verde gratuita – 800 209 899 (Entre as 21.00 e as 24.00 horas).