A apiterapia usa os produtos da abelha para ajudar a curar muitas doenças. É uma terapia já mencionada por Hipócrates e em textos chineses antigos.
Tabela de Conteúdos
O que é a Apiterapia?
A apiterapia é o uso curativo dos produtos da abelha: mel, pólen, propólis, geleia real, cera e veneno.
Muitos profissionais da saúde estão a começar a usar a apiterapia, com abelhas vivas ou através de injecções. São conhecidos o Dr. Theodore Cherbuliez, presidente da American Apitherapy Society, o Dr. Stefan Stangaciu da Roménia e o Dr. Hugo Aguirre da Argentina, para apenas citar somente três dos mais conhecidos.
Cerca de 95 % da população não é alérgica às picadas de abelha. É a vespa que normalmente causa reacções alérgicas.
Como funciona a apiterapia?
Muitos insectos têm aguilhões venenosos, mas devido ao facto da abelha do mel ter sido domesticada é fácil de tratar, e usa-se para a maioria dos tratamentos.
O veneno da abelha tem os seguintes componentes conhecidos:
- Melitina: é a responsável da dor e comichão no veneno da abelha. Tem poderosas propriedades bactericidas e citotóxicas. Produz os sintomas de inflamação através da libertação de histamina. Estimula a pituitária a liberar ACTH, que estimula as glândulas supra-renais a produzir cortisona, responsável da resposta do corpo para a auto-cura. É 100 vezes mais potente como anti-inflamatório do que a hidrocortisona em testes realizados em ratos com artrite (Nature, Nov. 1.974).
- Péptido (Mast Cell Degranulating Peptide): leva à libertação de histamina que produz os sintomas de inflamação (inchaço, comichão, vermelhidão, dor). Aumenta a memoria recente em ratos (teste do labirinto).
- Apamina: bloqueia os canais Ca+ dependent K+. Reforça a transmissão sináptica a longo prazo. Encurta a duração do potencial de actuação de um nervo.
- Hialuronidase: dissolve o ácido hialurónico que liga as células, tornando assim mais permeável o tecido ou o espaço extra-celular. Isto facilita o transporte de substancias curativas e a eliminação de resíduos ou das substancias tóxicas da área afectada.
- Dopamina (neurotransmissor): é um neurotransmissor que aumenta a actividade motriz. É deficiente em pacientes com Parkinson e excessiva em pacientes psicóticos tratados com medicamentos neurolépticos. A dopamina juntamente com a serotonina e outras catecolaminas estão implicadas como factores nas depressões.
- Adolapina: tem um efeito analgésico. No caso da esclerose múltipla o veneno da abelha não é uma cura, mas detém o seu progresso. O número de sessões em qualquer doenças depende da própria doença, da pessoa e do desenvolvimento alcançado.
Em que nos pode ajudar a apiterapia?
- Pele: eczema, psoríase, úlceras tópicas, verrugas. Infecções: laringite, mastite.
- Virais: herpes simples 1 e 2, verrugas.
- Reumatológicas: 100 vezes mais poderosa que a hidrocortisona. Maior efeito anti-inflamatório que a ciclofosfamida (Weissman) Artrite reumatóide, osteoartrite, artrite reumatóide juvenil, artrite traumática, espondilite, artrite psoriática, cotovelo de tenista, bursite.
- Cardiovascular: hipertensão (crónica e aguda), arritmias, aterosclerose , varizes.
- Pulmonar: obstrução crónica pulmonar, enfisema, asma.
- Sentidos: perda de audição, visão, glaucoma, diplopia, irite.
- Ortopedia: estimula a cura dos ossos.
- Psicologia: depressão.
- Endócrinas: aumenta a quantidade de esperma em touros na U. Penn (Dr. Alan Benton)
- Sistema nervoso: analgésico. Anti-cancerigeno: aumenta a sobrevivência aos linfomas em ratos. É um agente protector contra a radiação X (Shipman, publicado na revista Nature, 1.974)
Origem e história da apiterapia
A apiterapia é tão antiga como a própria apicultura. Sobre ela escreveu Hipócrates, e existem citações em textos chineses de há 2.000 anos. A apiterapia começou como uma parte da medicina tradicional, e hoje a maioria das pessoas que a usam aplicam-na em si mesmas ou com ajuda para lhes ser administrada a picada.